domingo, janeiro 21, 2007

desabafo.

Eu acho que deveria ser proibido por lei hospedar pessoas em casas de família.
Simples.
Acaba a amizade e acaba a família.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

nondum amabam, et amare amabam.

Vontade de rasgar essa pele, de rasgar essa carne, de rasgar esse peito,
e de mostrar do que ele é feito,
E de mostrar meus órgãos, e mostrar meu sangue,
e mostrar do que eles são feitos

E de mostrar minha mente,
e de ver como essa coisa tão frágil e doentia
é capaz de controlar esse organismo tão complexo, essa obra-prima da organização
E como, a cada dia que passa, essa mente se torna mais doente, mais frágil, mais perdida...
Se ao menos tivesse a tranquilidade da loucura total e incapacitante!

Mas o tipo que me ataca é a mais cruel, a mais sádica;
é aquela que me incapacita todas os minutos,
é aquela que me impede de fazer o que desejo,
é aquela que me faz remoer as palavras durante horas,
é aquela que me faz perder horas chorando por atos passados, aquela que pesa em minha consciência, aquela que atrapalha meus planos futuros;

A loucura que me acomete atende pelo nome de razão.
é um caso raríssimo e incurável


se ao menos fosse abençoada com a liberdade das loucuras das ciências, da medicina.
se ao menos pudesse, se se se se se...
se me fosse retirada essa maldição,
essa doença que me consome ao poucos,
que me rói a pele e os músculos e os órgãos e os sistemas e o organismo inteiro
que destrói da ponta dos dedos ao pedaço de carne mais interior,
se ao menos me transformasse em uma carcaça vazia,
em epiderme e ossos frágeis,
no puro pó das estradas e no puro pó dos sonhos;

aí sim eu poderia defender a existência de algo superior;




enquanto isso, mantenho-me remoendo esse pedaço apodrecido,
escondida das cores dos olhos alheios.

domingo, janeiro 07, 2007

to die by your side is such a heavenly way to die;

Toda ilusão é normal,
e quando minha, é mais do que isso, é constante, é minha vida...
Nada mais faço, além de criar personagens e emprestar-lhes rostos conhecidos.
Infelizmente meus personagens não emprestam suas personalidades, tampouco tenho eu controle sobre as ocasiões.
Quem dera.

Talvez se voltasse 5 semanas, talvez se estivesse só naquele dia, talvez uma aproximação, talvez?
Faria diferença?
Traria realidade, talvez?
Mas realidade palpável ou desilusão?
Será que ainda estaria batendo nas paredes, mordendo os pulsos, gritando o sangue, pulsando e pulsando e pulsando?
Será que se dissiparia na memória, no vento, nas ondas, no pó dos caminhos?
Tomaria becos desertos ou avenidas?

O que seria dele?
O que seria de mim?
Será que haveria aquela coisa que chamamos de "nós"?

quinta-feira, janeiro 04, 2007

i wanna wish you away,
i wanna wish you away (?)


Promessas quebradas para corações partidos.


E, com sorte, eu espero só mais um ano.
É, Teresa, só muitos pedidos mesmo, muitos.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Isso tudo é apenas um diário (não tão diário quanto o nome).

Então, me sinto na obrigação de deixar um aviso para mim mesma, porque as coisas gravam mais rápido em minha mente quando eu as escrevo:
Eu não devo me sentir na obrigação de fazer algo, porque acho que estou devendo isso.É capaz de acontecer algo que me perseguirá por anos.É mais fácil eu me sentir mal-agradecida e mal-educada.E no fundo, nem foi favor.
Só para constar: Morphine realmente existe, eu apenas alterei um pouco sua história.
É uma moça que eu não conheço, mas admiro.Além disso, existem algumas coincidências entre nós.
O nome real dela não importa pois, quando penso nela, ele não encaixa.

sábado, dezembro 30, 2006

É quase 2007, e eu não compartilho o espírito de ano novo que contagiou a (quase) todos.
Simplesmente não consigo escrever uma frase como "2007...pode vir!" ou algo do gênero.
Eu não entendo essa comemoração de fim de ano, realmente.Porque as pessoas não comemoram a virada dos meses?Para mim é a mesma coisa...
Não que este ano tenha sido ruim.Poderia passar horas falando sobre ele, sem ter realmente nada para contar.
Esse ano foi sentido em meu estômago, embora não tenha sido sentido na ponta de meus dedos.

Esse ano Morphine se juntou à Lavínia e Virgínia.
Morphine é real, mesmo sendo uma ilusão, assim como eu sou real, mesmo sendo uma ilusão.
Morphine vive em uma dimensão paralela.Ela está em uma casa de repouso, ele não tem faculdades ou títulos importantes.Ela é tristemente feliz.Ela tem o conforto da loucura.Ela é feita de pedra, quando não tem uma caneta nas mãos.Ela consegue escrever por horas, porque ela consegue fascinar os textos e eles gostam de sair por ela.
Ela tem ELE, ela sempre teve ele, seja em casa ou naquela local onde ela está.
Ela gosta dele porque ele a faz se sentir estúpida.
Não idiota, apenas uma criança.
E ele sabe as 4 palavras que a fizeram se desarmar.
Ele sabe dizer aquela palavra que ninguém sabe dizer, com a entonação certa.


Eu nem sei porque escrevi isso, mas resolvi obedecer uma vontade minha.
Porque aquilo que eu julgava precioso foi arrancado de minhas mãos, e eu nem tive tempo de admirá-lo melhor.
Deixa p'ra lá, deixa...................................................

...depois de ti.

terça-feira, dezembro 05, 2006

não encontra limites;

Eu quero ser tua xícara de café.

Eu quero ser tua xícara de café pela manhã, eu quero ser confundida com tua mãe e ouvir risadas, eu quero te arrastar pelos tornozelos,
eu quero ser o acento das tuas rimas, o ponto final de tuas frases, a sílaba tônica do teu nome,
eu quero ser o ritmo da tua música, uma nota musical qualquer,

Eu quero ser a tua meia esquerda (aquela que sempre perdes e procura incessantemente pela casa);
eu quero ficar em tua escrivaninha (e ser jogada no chão quando te irritares),
eu quero cozinhar para ti e ser teu açúcar,
eu quero rasgar tuas contas e cortar teu cabelo,
e mentir para teu chefe,
e mentir para tua mãe,
e mentir para a vizinhança toda

Eu quero sair correndo pelo frio da noite, parecendo ser o que realmente sou (uma criança assustada e perdida),
quero olhar para trás e ver teu pijama (e rir dele quando relembrarmos a ocasião),

Eu quero marcar teus lençóis com meu batom,
e as paredes com meu esmalte,
E colorir tua casa com minha maquiagem,
e colocar música em teu banheiro,
E ser o vento correndo em teus corredores,

Enfim,

Eu quero ser tua xícara de café.

teatro dos sonhos.

- teu cabelo me faz cócegas.
- teu brinco me faz cócegas.
- é cafona, e eu fico louca.
- fico louco.
- teu perfume é inebriante.
- esse perfume...
- o poema que sonhei noite passada.Recitaria para ti.
- Esquecestes.
- Sem problemas.Duas palavras para ti.Melhor, uma só.
- o quê?
- sentimento inefável.
- Sentimento vem de sensação; sensação vem de sentido,
- Essa não faz sentido.Isso não faz sentido.
- E no entanto sentes.
- Vejo
- Toco
- Sinto.O que sinto é interno, nada mais.
- coração?
- Não, coração é metáfora de cérebro.O que sinto é no estômago.
- No estômago?
- Mais visceral, mais primitivo.É instinto.Amo com o estômago.
- pra lá.Faz sentido.
- pois sinto.E no coração, ou cérebro - que seja - o que percebo é que me preocupa mais essa saudade personificada.Não a outra, carne e osso, mas essa, de idéias.
- a saudade é importante para quem fala a língua portuguesa.Sei que o sentimento não existe só aqui, mas parece.
- é o estômago!
- deixas prá lá?
- depois de ti.